As vantagens trazidas pela
Contabilidade 4.0, que proporcionam informações com melhor qualidade e mais
agilidade para a tomada de decisões precisam ser mais bem exploradas pelos CEO
das empresas. As inovações tecnológicas têm promovido uma evolução muito rápida
e que colocaram a Contabilidade em um patamar superior dentro das empresas, uma
vez que seu papel é cada vez mais fundamental, dentro dos preceitos éticos,
também buscar caminhos para melhorar a rentabilidade das companhias.
Essas são algumas das conclusões
da 36ª Mesa Inovadora - Contabilidade, ética e inovação - promovida pelo
Instituto Kapok Inovação Corporativa, em parceria com o Instituto dos
Contadores do Brasil (ICBR)
O Professor Doutor Fernando de
Almeida Santos, membro do Conselho de Notáveis do Instituto dos Contadores do
Brasil (ICBR), Coordenador do Mestrado Profissional em Ciências Contábeis,
Controladoria e Finanças da PUC-SP ressaltou em sua palestra que a Contabilidade,
ética e inovação devem coexistir harmoniosamente para promover a
responsabilidade financeira e o sucesso sustentável das organizações no mundo
empresarial em constante mudança.
O debate sobre o tema contou com
a participação de André Luis de Moura Pires, presidente da Diretoria Executiva
do ICBR, Bernardo Castello Branco, presidente o Instituto Kapok e Wagner Denys,
Diretor de Comunicação do Instituto Kapok e membro da Ordem dos Economistas do
Brasil, numa mesa presidida por Hiran Castello Branco, Presidente do Conselho
de Inovação do Instituto Kapok e sócio da AmazonasCap.
Fernando Almeida trabalhou em
sua apresentação o conceito de “ética” e sua evolução na humanidade e no meio
empresarial. Abordou a questão do ESG (Environmental, Social and Governance),
conceito cada vez mais adotado e que deve ser o norteador para empresas
comprometidas em construir um mundo mais justo e sustentável, respeitando
aspectos financeiros, econômicos e contábeis.
Destacou, ainda, o conceito
criado por ele, das cinco dimensões da ética empresarial, lembrando que com o desenvolvimento social e a
evolução da comunicação, os gestores se depararam com muitas situações novas e
que a ética e a responsabilidade social devem ser práticas cotidianas, sendo necessário
não apenas exercitar a tolerância, mas de aceitar, respeitar, conviver e
aprender com a multicultura.
As dimensões da ética são:
- 1 - Sustentabilidade
ambiental, social e econômica, numa intersecção dessas três áreas.
- 2 – Respeito à Multicultura,
as pessoas que formam a empresa, devem ter um olhar e agir de forma
sustentável, do ponto de vista social, ambiental e econômico e considerando a
multicultura, respeitando aspectos como: a vida; a valorização do indivíduo; o
ecossistema; as diferenças culturais, religiosas, étnico-raciais e outras.
3 – Aprendizado Contínuo,
abrangendo formação e intensa atualização para acompanhar as novas realidades
sociais e até os possíveis impactos sociais. “A sociedade se desenvolve, os
dilemas éticos também.”
- 4- Inovação,
necessária, pois com a evolução do mundo, temos, também, que ser inovadores e
ágeis diante aos novos cenários. Como agir de forma preventiva e não reativa às
novas redes sociais, à inteligência artificial, às diferentes formas de
inovação, novas formas de crimes, ataques globais e outros?
- 5 – Governança Corporativa
que, segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) é o
sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo as práticas e os relacionamentos entre proprietários, conselho de
administração, diretoria e órgãos de controle.
Implementação
De acordo com Fernando Almeida,
para implementar políticas de sustentabilidade corporativa são necessárias
ações como: desenvolver políticas éticas corporativas permanentes, como a
elaboração e implantação de Código de Conduta Corporativo; desenvolver relatórios
de sustentabilidade; aprimorar as demonstrações sociais, ambientais e
financeiras; elaborar projetos ambientais e sustentáveis; realizar políticas de
apoios ou parcerias e desenvolver e implantar sistema de Gerenciamentos de
Resíduos Sólidos ou Gestão de Logística Reversa.
André Pires destacou que os
profissionais da contabilidade, atualmente, ocupam posições nas corporações que
permitem a discussão de pontos fundamentais para o bom andamento das empresas,
cuidando para que as informações financeiras e não financeiras tenham padrão,
seguindo regras internacionais. “São os guardiões de informações que dão
suporte ao ESG. Podem dar suporte ao gestor ou ao empreendedor desde a
formatação de viabilidade da empresa, até nas informações que darão rumo a ela
no futuro”, disse.
Para o presidente do ICBR, a
inovação vem causando pressão sobre os empreendedores, que estão sendo
obrigados, em função do cenário nacional e internacional, com a normatização,
por exemplo, das questões da Sustentabilidade. “A regulação tem que ser feita
de forma saudável, para possibilitar a evolução das empresas e dos países”
ressaltou.
Wagner Denys destacou a rápida
evolução que a contabilidade vem sendo submetida, não somente em função da
tecnologia, mas pela inovação ligada às startups, citando o case da
Contabilizei, o único escritório de contabilidade do mundo a estar entre as
empresas mais inovadoras da Fast Company.
Destacando as pequenas empresas,
Fernando Almeida disse que, na regulação, é preciso pensar em um modelo conforme
o perfil e realidade delas. Não é possível ações com grandes estruturas, mas é
viável a criação de padrões mínimos que as tornem mais confiáveis e
competitivas, melhorando a sustentabilidade e minimizando riscos.