Na sétima
edição da coluna “Raízes Contábeis: Uma Jornada Histórica” contamos com a
colaboração da nossa convidada Dra. Ana Lucia F. de S. Vasconcelos para compartilhar
a sua trajetória no campo da história da contabilidade. A professora Ana Lucia Vasconcelos
tem Doutorado em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco -
(UFPE). Pós-Doutorado na Universidade de São Paulo (USP), Programa de
Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA/USP - PPGCC. Mestrado em
Ciências Contábeis e Atuariais pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC/SP). Graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Católica de
Pernambuco (UNICAP). Profa. Associada 2 da UFPE. Membro regular da
Pós-Graduação Stricto Sensu do Programa em Ciências Contábeis (PPGCC) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e membro colaboradora da
Pós-Graduação Stricto Sensu em Controladoria, Finanças e Tecnologias de Gestão
(PPGCFTG) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Membro do Instituto de
Cidadania Empresarial (ICE). Líder do Grupo de Pesquisa CNPq: Práticas de
Pesquisa Intervencionista em Controladoria, desenvolvendo estudos e pesquisas
na área de: Controladoria e Regulação Contábil, Pesquisa Intervencionista,
Avaliação e Monitoramento de Impactos Sociais de Programas e Projetos, e Gestão
e Prestação de Contas do Terceiro Setor. (Thais Lira, colunista)
Minha
motivação...
Primeiro
agradeço esta oportunidade do Instituto dos Contadores do Brasil (ICBR) em
abrir este espaço para que eu pudesse compartilhar um pouco sobre minha
motivação e trajetória em estudar e pesquisa sobre temas relacionados a
História da Contabilidade. Considerando que nossas pesquisas, ensino e como nos
relacionamos com a busca do conhecimento de forma dialógica com as realidades,
faz transparecer nossas crenças, valores e princípio que não abrimos mão, que
denominamos da nossa Cosmovisão. Eu nasci em um lar evangélico e meus pais
sempre me ensinaram sobre como o amor de Deus deve ser pregado e vivido com
nosso próximo. Então meu olhar para as realidades sempre foi de reflexão
crítica e de amor ao próximo. Assim me formei e em minha atuação só consigo
caminhar na academia com métodos e metodologias que tenha em sua essência o
“olhar” aprofundado nas questões socioambiental e nos portamos como agentes de
mudança. Nesse sentido, os processos históricos nos fazem enxergar novas
possibilidades de explicar a realidade bem como, intervir nestas realidades.
Utilizo isso dentro de minha sala de aula quando percebo um aluno disperso ou
triste ou sem conseguir atingir aquela tão esperada nota...chego perto e
pergunto: “me conte sua história!”. Geralmente ele fica assustado, mas depois
percebe que sua história de vida reflete suas necessidades e é um meio de pedir
ajuda. Estudar e conhecer as histórias das pessoas em seus contextos nos dá uma
visão da ação humana no espaço e no tempo, construindo e desconstruindo para
que o novo possa emergir ou até mesmo assegurar algo que precisa ser
preservado.
“O passado é, por definição, um dado que coisa alguma
pode modificar. Mas o conhecimento do passado é coisa em progresso, que
ininterruptamente se transforma e se aperfeiçoa.” Marc Bloch (1974).
Minha
experiência...
Em
sala de aula no componente curricular “Contabilidade Introdutória” minhas primeiras
aulas é conversar da importância do estudo da História da Contabilidade. Sem
compreender os contextos econômicos e sociais que os percussores desenvolveram
seus argumentos para que a Contabilidade se tornasse uma Ciência, as teorias se
tornariam “vagas” para os estudantes. Então sugiro os vídeos maravilhosos que
existe disponibilizados de forma pública no YouTube, textos que explicam a
evolução do Pensamento Contábil e em nossas aulas trazemos aplicações
contemporâneas para que possa fazer sentido os fatos passados sendo hoje
explicados com Teorias e Categorias de Conhecimentos bem como, seus métodos
explicativos fazendo diferença nos tempos atuais.
Nesta
minha concepção de mundo é que tenho buscado não perder oportunidades que meus
alunos me apresentam em seus trabalhos de conclusão de cursos (TCCs) e também
na pós-graduação.
Então
fui convidada pelo CRCPE a coordenar uma das pesquisas, junto com vários
alunos, do edital do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) intitulado:
“Regate da Memória Contábil dos Estados”. Nosso capítulo do estado de
Pernambuco (2016, p539) tratou sobre: Evidências sobre as Práticas Contábeis e
seu Aprendizado; Primeiras Organizações no estado de PE; Primeiras Escolas.
Nosso objetivo foi de preservar a memória contábil no estado de Pernambuco,
mantendo a existência das instituições profissionais e fortalecendo suas bases
a partir do conhecimento de sua identidade pelo resgate histórico.
Outro
trabalho que ainda pesquiso foi com um TCC que orientei intitulado “Evidenciação
e Controle Contábil: a sua contemporaneidade classicamente testemunhada através
do Seminário pernambucano do século XVIII”.
Minha
proposta futura... Propor uma componente curricular não obrigatório no projeto
pedagógico do curso de bacharelado em ciências contábeis na modalidade
inter/multidisciplinar onde, possamos estudar os fatos históricos sendo os
saberes com interdependência da construção do conhecimento, mas, buscando
também a escuta, seja com pessoas físicas ou jurídicas no propósito de
reposicionarmos a HISTÓRIA DO PENSAMENTO CONTABIL...por exemplo: onde estão as
contribuições feminina na construção histórica da contabilidade?
Agradeço
a oportunidade Profa Ana Vasconcelos
O
ICBR agradece a Professora Ana Lucia Vasconcelos pela colaboração com a coluna
“Raízes Contábeis: Uma trajetória histórica”.
Tem
interesse por discussões na área da História da Contabilidade e deseja divulgar
sua pesquisa nesta coluna?
Entre
em contato. Juntos reuniremos esforços para o fortalecimento deste campo de
pesquisa no Brasil.
Thais
Alves Lira (thaislira@ufpr.br)
Professora
do Magistério Superior da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
(UNIFESSPA). Doutoranda em Contabilidade no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade
(PPGCONT) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Contabilidade
pelo Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGCONT) da Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Gestão e Negócios pelo Instituto
Federal do Paraná (IFPR). Bacharela em Ciências Contábeis pela Universidade
Federal do Pará (UFPA). Integrante do Laboratório de Educação e Pesquisa
Contábil (LEPEC - UFPR).