Discutir
as normas S1 e S2 da Fundação IFRS e as oportunidades trazidas pelo ESG
(Environmental, Social, and Governance) é crucial para os contadores. Essas
foram algumas percepções do II Encontro ICBR ESG 2024 – Normas e Desafios
Profissionais, realizado pelo Instituto dos Contadores do Brasil (ICBR),
realizado em São Paulo, no auditório da Uninove Campus Vergueiro.
André
Luis de Moura Pires, presidente da Diretoria Executiva do ICBR afirmou que
todos os países estão esperando a implantação das normas S1 e S2 no Brasil, que
servirá de modelo para o mundo. Por isso, implementar essas normas não só
aprimora a qualidade das demonstrações financeiras e a transparência na
condução dos negócios, mas também posiciona os contadores como peças-chave na
transição para uma economia mais sustentável e responsável. Além disso, abre um
leque de novas oportunidades profissionais, reforçando a importância
estratégica dos contadores no mundo corporativo moderno.
O
presidente do ICBR ressaltou que o evento foi significativo por diversas razões.
Primeiro por disseminar conhecimento dentro de uma nova perspectiva da
Contabilidade e outras áreas do conhecimento, esclarecendo o que ESG implica e
por que é crucial. “Capacitar contadores com conhecimentos em ESG pode melhorar
suas habilidades e ampliar suas perspectivas profissionais, permitindo-lhes
adicionar valor às suas organizações é o nosso foco hoje”, afirmou.
Ao
promover ESG, o ICBR incentiva as empresas a adotarem práticas mais
sustentáveis, o que pode levar a um impacto positivo no meio ambiente e na
sociedade de forma geral. E como visto durante o evento, as empresas que adotam
práticas ESG tendem a ser mais responsáveis socialmente, contribuindo para o
bem-estar das comunidades onde operam.
Outro
ponto levantado no evento é o fato que ações ESG promovem uma governança
corporativa mais transparente e ética, o que pode resultar em maior confiança
dos investidores e outras partes interessadas. Além disso, as práticas de ESG
ajudam as empresas a identificar e mitigar riscos ambientais, sociais e de
governança, fortalecendo a resiliência organizacional. “Os investidores estão
cada vez mais atentos às práticas ESG das empresas. Eles investem nisso pois
sabem que também são responsáveis pelas ações que as suas investidas promovem.
Além do mais, empresas com perfil ESG são investimentos apresentam menor risco
e tendem a apresentar maior retorno no longo prazo” disse André Pires.
Alinhamento
com Tendências Globais:
Exigência
Global
O
presidente do ICBR lembrou que o ESG está se tornando uma exigência global, imposta
por reguladores e governos. E, mesmo entre o menor negócio, que ainda estão um
pouco mais longe de serem obrigadas a seguir às normas ESG. a adoção tem o
benefício de posicionar as organizações para competir globalmente, pois alinham
os negócios às expectativas de sustentabilidade dos mercados internacionais.
André
Pires disse que os contadores com conhecimento em ESG devem se destacar no
mercado de trabalho, tornando-se mais atrativos para empregadores que valorizam
a sustentabilidade. “O foco em ESG pode abrir novas oportunidades de carreira
em áreas como consultoria de sustentabilidade, auditoria ESG e compliance”.
Destacou
ainda que promover ESG contribui diretamente para os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ajudando a alcançar metas globais de
erradicação da pobreza, proteção ambiental e promoção da paz e justiça.
Momento
especial
A
Doutora Solange Garcia, Conselheira de Administração do ICBR e professora da
FEARP-USP de Ribeirão Preto, que foi a coordenadora desse II Encontro ICBR ESG,
ressaltou que o mercado e a academia do Brasil estão vivendo um momento muito
especial, com as edições das normas de Sustentabilidade pela Fundação IFRS, pois
a implementação dessas normas está sendo feita de forma pioneira no Brasil. E
isso tem colocado o país como foco de atenção no mundo. “Esse é um momento
especial para todas as áreas de conhecimento e muito especial para a
contabilidade, na qual temos que introduzir esse conhecimento nos cursos de
contabilidade”, disse.
Para
a Conselheira, esse é um ponto importante: preparar pessoas para que
desempenhem de forma efetiva essas novas funções que vêm sendo trazidas de
elaboração de relatórios de sustentabilidade. Lembrou que, no evento, procurou-se
trazer as opiniões de vários especialistas, acadêmicos, pessoas do mercado,
para compartilharem as suas abordagens, as suas visões sobre o tema, para gerar
esse conhecimento, esse debate que é tão necessário para tratar a questão da
sustentabilidade na contabilidade.
O
mundo de olho
O
Doutor Iago França Lopes, Vice-Presidente de Desenvolvimento Profissional do
ICBR e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destacou que
o evento foi muito proveitoso, teve como foco normas e desafios. “Nisso o
evento deu nome e sobrenome ao atual momento. Começamos discutindo
implementação das Normas de Sustentabilidade, caminhamos para várias áreas,
tanto pública quanto privada, discutindo como essas áreas receberão as novas normas
e, por fim, chegamos num espaço de como o ensino precisa se preparar e os rumos
que as carreiras em ESG podem tomar”, afirmou lembrando que todos esses
elementos vão precisar conversar para que a Contabilidade possa responder aos seus
stakeholders, sejam eles o mercado, o governo, o acionista, ou micro e
pequena empresa.
Iago
Lopes ressaltou que o evento possibilitou uma visão holística dos desafios que
estão por vir e como as pessoas, enquanto profissionais de contabilidade, terão
que se posicionar e responder a essas expectativas do mercado. “Acredito que
existe uma expectativa tanto nacional quanto uma expectativa internacional,
porque o Brasil, será um dos primeiros países a adotar a obrigatoriedade dessas
normas. Então a gente tem aí um mundo olhando como vamos fazer, esperando que
sirvamos de um bom modelo da aplicação dessas normas”, afirmou.