A “Indenização de Ativos em uma concessão” é
um tema em construção no Brasil e no mundo e não há ainda uma metodologia que
seja consenso e, por isso é fundamental o trabalho que vem sendo realizado pelo
Comitê Técnico de Saneamento Básico (CTSB), do Instituto de Contadores do
Brasil (ICBR) em discutir o assunto. A afirmação é do Coordenador de Projetos
de Saneamento da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração,
Contabilidade e Economia (Fundace) e Professor-Doutor da Universidade de São
Paulo (USP), Bruno César Aurichio Lêdo.
Trabalhando e pesquisando sobre o assunto há
dez anos, Lêdo foi convidado pelo coordenador do CTSB, Edmar José Zorzal, a
participar da reunião do Comitê, que conta com contadores
que estão entre os maiores especialistas do setor, e falar sobre o
assunto, para contribuir com o trabalho iniciado.
O coordenador da Fundace trouxe informações
estudos que realizou, inclusive para a Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que regula o setor, de acordo com
a Lei 14.026/2020 – Marco Legal do Saneamento Básico, e disse que há quatro
métodos possíveis para a Indenização de Ativos: Custo histórico corrigido; Valor Novo de Reposição; Fair
Value (valor justo); e Método Financeiro.
Após explanar sobre cada um dos métodos de
avaliação possíveis, o especialista propôs temas dos quais o CTBS pode focar
seus estudos e assim apresentar sugestões para a
construção das diretrizes e normatizações sobre a indenização de Ativos no
âmbito do Setor de Saneamento Básico.
Edmar Zorzal, destacou que após toda a
construção do consenso dentro do Comitê, as sugestões do grupo serão submetidas
à Comissão Nacional de Normas de Contabilidade (CNNC) do ICBR, para sequência, ser
compartilhado com as agências reguladoras do setor e demais interessados.
Diogo Ribeiro Lopes, membro do CTSB, destacou
que, atualmente, o grande desafio da ANA é encontrar o melhor caminho para o
assunto dentro da normatização que vem sendo construída pela Agência, cuja a
minuta será colocada em consulta pública para recebimento de sugestões, no
momento adequado. A reunião contou com a presença, também, do Vice-Presidente
Técnico do ICBR, Mário Shinzato, responsável pelos Comitês Técnicos da
entidade,
O trabalho
Além da experiência profissional
dos membros do CTSB e de contribuições externas, como a da Fundace, as
contribuições sobre “Indenização de Ativos”, devem ter como base
as normas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC),
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dentre outras, que regulamentam a contabilidade
societária e a fiscal no Brasil.
André Luis de Moura Pires, presidente da Diretoria Executiva do ICBR, observou a importância e pioneirismo do ICBR em coordenar a discussões sobre a Indenização dos Ativos com os contadores do saneamento. Conforme André a intenção do Instituto é contribuir com as empresas, contadores do setor do saneamento e, com a própria sociedade. “É uma oportunidade ímpar ao ICBR poder contribuir para que o sistema contábil do setor de saneamento, lembro que nós temos alguns dos mais relevantes especialistas desse segmento em comitê. Os contadores, empresas e sociedade em geral só tem a ganhar”, afirmou.