As micro e pequenas empresas devem se preparar para evoluir e atuar num cenário de economia ecológica, para atender, cada vez mais, a realidade que vem evoluindo e sendo imposta pela sociedade, diante dos novos conceitos econômicos mundiais. A conclusão é do Professor Doutor Luis Felipe Bismarchi, que coloca essa visão como desafios de sustentabilidade para essas categorias de empresas, durante a live “O papel das micros e pequenas empresas diante dos desafios de sustentabilidade”, realizada pelo Instituto dos Contadores do Brasil (ICBR), mediada pelo Doutor Iago França Lopes, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do ICBR e professor da Fipecafi.

Nesse sistema, a natureza dá os limites à Economia, que é um subsistema da sociedade, que é um subsistema do meio ambiente, fazendo parte de algo muito maior.

Bismarchi apontou os caminhos percorrido pelas empresas na sustentabilidade, iniciando com a Responsabilidade Social Corporativa (RSC), na qual as empresas atuavam como agentes de social change, na busca pelo bem-estar das partes interessadas, por questões morais e éticas, situação iniciada no período de 1970 a 1980.

Nos anos de 1990, o foco foi a Sustentabilidade Empresarial/ Corporativa (SE), na qual a empresa era tratada como parte de um sistema socioeconômico e ambiental que deve evitar impactos (externalidades) à medida que gera valor para / com o sistema, com percepção de convergências para negócios, redução de impactos negativos, melhores condições sociais. Além da produção mais limpa; visão de sustentabilidade e ciclo de vida passaram a compor a agenda dos gestores. Havia uma visão da oportunidade: produção mais limpa, focada em prevenir a poluição. Ecoeficiência; eliminação de substâncias nocivas.

Nos dias de hoje, a visão é de uma Gestão Estratégica, com convergência da RSC e da SE se traduzindo em múltiplas formas, das imediatas, diretas e de curto prazo até as distantes, indiretas e de longo prazo.

Biscmarchi traçou uma linha do tempo da questão da sustentabilidade, mostrando que o mundo está cada dia mais preocupado com a situação e, também, vem se organizando e estabelecendo metas, como ocorreu na Rio 92 e na COP21. De acordo com ele, quem não estiver atento ficará à margem e colocará em risco seu negócio.

Tanto que a Organização das Nações Unidas estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil, que são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. “Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil”, afirmou.

Para Iago Lopes, a palestra de Bismarchi abre espaço para uma agenda de sustentabilidade junto às micro e pequenas empresas, isso é importante porque os eventos midiáticos tem dado muita atenção as grandes empresas e por vezes esquecem que um pouco mais de 95% das nossas empresas no Brasil são micro e pequenas, assim a preocupação e os apontamentos levantados são extremamente genuínos e devem fazer parte da agenda dos profissionais de Contabilidade.

 

Currículos:

Luis Felipe Bismarchi é Administrador (FEA-USP), mestre e doutor pelo Programa de Ciência Ambiental da USP (PROCAM) e realizou pós-doutorado em Administração (FEA-USP). Há mais de 15 anos atua no mercado bancário, tendo ocupado diversas posições executivas em áreas como estratégia, inteligência corporativa e inovação. Pesquisador, professor, palestrante e consultor em sustentabilidade, com ênfase na abordagem estratégica e promoção de novos arranjos organizacionais e soluções inovadoras para problemas socioambientais. Interesses principais de pesquisa: promoção da sustentabilidade sob a perspectiva da economia ecológica, gestão da transição, complexidade e mudança, arranjos organizacionais em contextos pós (e não) - capitalistas e comunitários.

O moderador Iago França Lopes é vice-Presidente de Desenvolvimento Profissional do ICBR, Professor na FIPECAFI, Doutor em Contabilidade, Coordenador da Comissão de Diversidade e Inclusão do CRC PR, Editor da Newsletter ANPCONT e Cofundador do Coletivo Contábil de Inclusão e Diversidade (COLID).